Ansiedade doença mental

Ansiedade doença mental com maior prevalência em Portugal

Em Psicologia adultos por Elisabete Condesso

Ansiedade doença mental que afeta cerca de 16% da população. É a doença mental com maior prevalência em Portugal, afetando sobretudo jovens adultos, entre os 18 e os 34 anos, de acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, com números de 2013.

Estes dados foram divulgados no sábado passado, no Dia Mundial de Saúde Mental, pela Sociedade Portuguesa de Psiquiatria, tendo como objetivo sensibilizar os cidadãos e os profissionais de saúde para esta questão, a par do combate ao estigma associado às doenças mentais.

Ansiedade doença mental ou reação normal?

A ansiedade é uma reação normal do nosso organismo, perante situações passageiras ou de curta duração que podem provocar expectativa, dúvida ou medo. É frequente que alguém fique ansioso nalgumas situações – por exemplo, quando faz uma apresentação ou realiza uma prova de avaliação. No entanto, para algumas pessoas, a ansiedade torna-se tão frequente que domina as suas vidas. Se a ansiedade passa a ter uma duração mais prolongada ou permanente, torna-se crónica e considera-se como uma patologia mental.

De salientar que esta patologia pode manifestar-se de inúmeras formas. Todas elas interferem de forma grave com a nossa qualidade de vida. Se a ansiedade atinge níveis de grande intensidade, esta situação irá interferir de forma clara na vida da pessoa, ao nível familiar, profissional e social.

As perturbações de ansiedade podem ter sintomas físicos, como dificuldades em respirar, dores no peito, taquicardias, que podem levar o doente a manifestar comportamentos hipocondríacos. Tais sintomas levam a pessoa a apresentar insegurança na execução de tarefas, mesmo que sejam rotineiras.

Pode ainda manifestar algum tipo de fobia, em resposta a um determinado estímulo, levando a pessoa a comportamentos de evitação, para não ser confrontada com determinada situação em que o estímulo poderá estar presente. Este comportamento faz com que a qualidade de vida diminua, uma vez que a pessoa passa a estar limitada nas suas ações. A pessoa também poderá ser vista pelos outros como sendo “medrosa”, com “manias”, “insegura”, “instável”.

Em casos mais graves, a pessoa poderá sofrer de ataques de pânico. Esta é uma situação que se caracteriza por intensa aflição e por uma grande instabilidade, quer ao nível psicológico, quer ao nível físico. As manifestações de pânico levam a pessoa a recorrer aos serviços de urgência hospitalar, pois a pessoa sente que a sua vida está em risco.

É ainda de salientar que as perturbações de ansiedade são tratáveis. O tipo e tempo de tratamento varia de caso para caso. Geralmente são tratadas com uma combinação de psicoterapia e fármacos. Estas perturbações devem ser tratadas de forma precoce de modo a evitar que interfiram de forma grave e prolongada nas rotinas da pessoa.

Uma questão que se coloca: como distinguir uma situação “normal” de ansiedade da prevalência da doença? Como definir a linha a partir da qual a ansiedade torna-se numa patologia? A distinção entre uma patologia e a ansiedade “normal” não é clara.

Dai ser importante consultar um profissional de saúde mental para perceber se está a sofrer desta patologia. Contudo, no próximo artigo irei apresentar-lhe os principais sinais que poderá indicar que poderá estar a sofre do síndroma da ansiedade.

Elisabete Condesso / Psicóloga e Psicoterapeuta

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Sobre o Autor

Elisabete Condesso

Directora clínica da PsicoAjuda. Psicóloga clínica e Psicoterapeuta. Licenciada em Psicologia Clínica pela ULHT de Lisboa e com pós-graduação em Consulta Psicológica e Psicoterapia. Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos. Título de especialista em “Psicologia clínica e da saúde” atribuído pela Ordem dos Psicólogos.