Com o regresso às aulas, renascem as expectativas dos pais relativamente às notas dos seus filhos, horários apertados, assim como, dificuldades características da fase de um novo ano letivo. Portanto, há sempre o fardo invisível para o estudante, que são os resultados académicos.
Para muitos estudantes, a pressão não tem apenas origem nos trabalhos de casa ou nos momentos de avaliação mas também nas exigências dos pais, ou seja, os alunos carregam um fardo invisível que são as expectativas que os progenitores tem nos seus resultados escolares.
A valorização excessiva atribuída às notas transforma o desempenho escolar num peso difícil de carregar pelo aluno, fazendo com que o processo de aprendizagem se torne uma fonte de preocupação em vez de ser uma oportunidade de crescimento.
Expectativas dos pais
É neste contexto que se coloca a questão: qual o impacto da pressão familiar, em ter boas notas, neste percurso?
Primeiramente, é importante esclarecer que o envolvimento dos pais no percurso académico é um aspeto positivo, os estudos demonstram que o envolvimento parental está associado a níveis superiores de motivação (Lara & Saracostti, 2019; Lerner et al., 2022). Quando as expectativas são realistas, estas estão correlacionadas com melhores resultados escolares (Boonk et al., 2018; Yin et al., 2025).
No entanto, importa salientar que quando existe uma pressão excessiva por parte dos pais para que a criança tenha um bom desempenho escolar, esta pode desencadear diversas problemáticas como:
- Baixa autoestima (Han et al., 2024);
- Sentimento de rejeição (Zimmer-Gembeck et al., 2023);
- Sentimento de incapacidade (Mei et al., 2023);
- Sintomas depressivos (Zhao et al., 2025);
- Sintomas de ansiedade, a síndrome de burnout e desinteresse (Che net al., 2022).
Apoiar de forma prática e saudável
Tendo em conta os efeitos positivos e negativos que a pressão parental em ter boas notas pode gerar, importa destacar algumas estratégias que apoiarão os estudantes de forma equilibrada e saudável, nomeadamente:
- Valorizar o esforço em vez do resultado – Reconhecer o empenho, mesmo quando a nota não é a esperada isso vai ajudar a fortalecer a motivação;
- Reduzir a comparação entre irmãos ou colegas – Cada aluno tem um ritmo diferente e consequentemente notas diferentes. As comparações aumentam a ansiedade e prejudicam a autoestima;
- Promover uma mentalidade de crescimento – Enfatizar que a aprendizagem é um processo, e que não tem mal não sabermos tudo no imediato. No caso da criança ter uma nota inferior devemos motivá-la a continuar o estudo e a não desistir;
- Criar um ambiente de apoio emocional – Escutar ativamente, validar emoções e oferecer ajuda sem julgamento;
- Estabelecer expectativas realistas – É importante ajustar expectativas às capacidades e interesses da criança, em vez de impor padrões externos;
Concluímos então, mais do que exigir bons resultados académicos, é da responsabilidade dos pais e educadores criar condições necessárias que favoreçam o desenvolvimento dos jovens, ajudando-os a aprender com confiança, motivação e equilíbrio emocional, dando-lhe espaço e tempo para o seu crescimento .
Catarina Costa/Psicóloga e Psicoterapeuta © PsicoAjuda – Psicoterapia certa para si, Leiria
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